Mais de 40% da população do país acha que doença é de cunho mental
Assim como 76% da população brasileira, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) divulgada na semana passada, a blogueira e publicitária Bruna Silveira, 24 anos, já tinha ouvido falar em esclerose. Acreditava, como 48% da população do país, que se tratava de uma doença mental. Estava enganada.
De acordo com o neurologista Marcio Menna Barreto, que coordena grupos de pesquisa sobre esclerose múltipla no Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), a esclerose é sinônimo de uma demência como o Alzheimer, por exemplo. Já a esclerose múltipla afeta o sistema nervoso central (veja ilustração na página ao lado), provocando surtos com sintomas como dormência em partes do corpo, problemas de visão e coordenação motora. Apesar de conhecida há mais de um século, só passou a ser diagnosticada no Brasil, com precisão, depois do advento de exames como a ressonância magnética, há 25 anos.
— É comum médicos e pacientes desconhecerem a doença. Isso faz com que o diagnóstico seja complexo e, muitas vezes, lento — afirma Barreto.
Segundo o chefe do Setor de Neurologia da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Sérgio Haussen, é comum sinais quase imperceptíveis ao longo da vida, que não levam o doente ao consultório:
— Se você sente dormência no dedo, por exemplo, vai pensar que dormiu em cima da mão ou que está com algum problema de circulação. É raro sentir uma parte do corpo formigar e cogitar ter esclerose múltipla.
A dificuldade vai além, pois os sintomas se confundem com os de outras doenças como labirintite e problemas cardíacos. A orientação é procurar um especialista sempre que algo diferente ocorrer — dificuldade para enxergar ou para se locomover ou mesmo um cansaço fora do comum.
— Detalhar bem e não menosprezar os sintomas é meio caminho andado para o êxito no diagnóstico— detalha Barreto.
E foi assim que Bruna fez. Dois anos depois de saber que tinha a doença, começou a escrever um diário, que levava consigo toda vez que precisava ir ao médico, ainda em Passo Fundo. Ela lembra que tudo começou com um formigamento na mão, depois foi a perna, vez ou outra a visão falhou, e a força motora já não era mais a mesma em questão de semanas. Com o tempo, a aceitação aumentou. De tanto explicar que não estava velha nem louca, foi incentivada por amigos a criar o blog www.esclerosemultiplaeeu.blospot.com, fazendo dele a sua terapia. São cerca de 150 acessos diários de internautas de todo o Brasil, que enviam perguntas e dividem anseios com a blogueira.
Faceira, lembra de uma menina de 18 anos que, assim que soube ter a doença, largou o trabalho e os estudos, mas foi encorajada a seguir a vida quando leu o blog.
— Teve também uma mulher de 42 anos que acompanhava os meus relatos e reuniu forças para sair de casa, depois de passar dois meses enclausurada, com vergonha . Não há nada que pague essa recompensa — conta.
Ter vergonha da doença é comum entre os pacientes, afirmam os especialistas. Isso ocorre, segundo o neurologista Marcio Barreto, porque o portador descobre um problema, muitas vezes, incapacitante, em uma fase da vida em que está com plenas condições de trabalho, estudo e lazer. Desconforto que não é compartilhado pela blogueira. Bruna conta que desde sempre entrou em filas para deficientes físicos em estabelecimentos comerciais e já comprou muita briga por conta disto.
— As pessoas me olham com preconceito ao ver minha mãe, com 52 anos, carregando as minhas sacolas quando vamos viajar, ou quando ela vai de pé no ônibus e eu sentada, por exemplo. Muitos dizem: "Que guria mal educada". Só que elas não sabem que, embora não pareça, sou portadora de uma deficiência — desabafa.
Em uma década, foi pelo menos um surto por ano. No último, em 2009, Bruna ficou insegura com a sequência de desequilíbrios e fez uso de bengalas por cinco meses. Nesse meio-tempo, logo depois de se mudar para o bairro Santana, em Porto Alegre, dedicou-se a estudar para o mestrado e, desde março de 2010, é bolsista da Faculdade dos Meios de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS.
— Me questionam: como você consegue estudar se tem esclerose múltipla? Canso de responder que eu tenho algumas limitações, mas meu intelecto está intacto — afirma.
De acordo com o neurologista Marcio Menna Barreto, que coordena grupos de pesquisa sobre esclerose múltipla no Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), a esclerose é sinônimo de uma demência como o Alzheimer, por exemplo. Já a esclerose múltipla afeta o sistema nervoso central (veja ilustração na página ao lado), provocando surtos com sintomas como dormência em partes do corpo, problemas de visão e coordenação motora. Apesar de conhecida há mais de um século, só passou a ser diagnosticada no Brasil, com precisão, depois do advento de exames como a ressonância magnética, há 25 anos.
— É comum médicos e pacientes desconhecerem a doença. Isso faz com que o diagnóstico seja complexo e, muitas vezes, lento — afirma Barreto.
Segundo o chefe do Setor de Neurologia da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Sérgio Haussen, é comum sinais quase imperceptíveis ao longo da vida, que não levam o doente ao consultório:
— Se você sente dormência no dedo, por exemplo, vai pensar que dormiu em cima da mão ou que está com algum problema de circulação. É raro sentir uma parte do corpo formigar e cogitar ter esclerose múltipla.
A dificuldade vai além, pois os sintomas se confundem com os de outras doenças como labirintite e problemas cardíacos. A orientação é procurar um especialista sempre que algo diferente ocorrer — dificuldade para enxergar ou para se locomover ou mesmo um cansaço fora do comum.
— Detalhar bem e não menosprezar os sintomas é meio caminho andado para o êxito no diagnóstico— detalha Barreto.
E foi assim que Bruna fez. Dois anos depois de saber que tinha a doença, começou a escrever um diário, que levava consigo toda vez que precisava ir ao médico, ainda em Passo Fundo. Ela lembra que tudo começou com um formigamento na mão, depois foi a perna, vez ou outra a visão falhou, e a força motora já não era mais a mesma em questão de semanas. Com o tempo, a aceitação aumentou. De tanto explicar que não estava velha nem louca, foi incentivada por amigos a criar o blog www.esclerosemultiplaeeu.blospot.com, fazendo dele a sua terapia. São cerca de 150 acessos diários de internautas de todo o Brasil, que enviam perguntas e dividem anseios com a blogueira.
Faceira, lembra de uma menina de 18 anos que, assim que soube ter a doença, largou o trabalho e os estudos, mas foi encorajada a seguir a vida quando leu o blog.
— Teve também uma mulher de 42 anos que acompanhava os meus relatos e reuniu forças para sair de casa, depois de passar dois meses enclausurada, com vergonha . Não há nada que pague essa recompensa — conta.
Ter vergonha da doença é comum entre os pacientes, afirmam os especialistas. Isso ocorre, segundo o neurologista Marcio Barreto, porque o portador descobre um problema, muitas vezes, incapacitante, em uma fase da vida em que está com plenas condições de trabalho, estudo e lazer. Desconforto que não é compartilhado pela blogueira. Bruna conta que desde sempre entrou em filas para deficientes físicos em estabelecimentos comerciais e já comprou muita briga por conta disto.
— As pessoas me olham com preconceito ao ver minha mãe, com 52 anos, carregando as minhas sacolas quando vamos viajar, ou quando ela vai de pé no ônibus e eu sentada, por exemplo. Muitos dizem: "Que guria mal educada". Só que elas não sabem que, embora não pareça, sou portadora de uma deficiência — desabafa.
Em uma década, foi pelo menos um surto por ano. No último, em 2009, Bruna ficou insegura com a sequência de desequilíbrios e fez uso de bengalas por cinco meses. Nesse meio-tempo, logo depois de se mudar para o bairro Santana, em Porto Alegre, dedicou-se a estudar para o mestrado e, desde março de 2010, é bolsista da Faculdade dos Meios de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS.
— Me questionam: como você consegue estudar se tem esclerose múltipla? Canso de responder que eu tenho algumas limitações, mas meu intelecto está intacto — afirma.
Quero divulgar para o máximo de pessoas, VITAMINA D cura EM!!!....Vejam no youtube documentário do Globo repórter falando de esclerose EM vitamina D....Acreditem quanto antes iniciar o tratamento, melhor o resultado.
ResponderExcluirConheço uma pessoa com EM, que já estava andando de cadeira de rodas, começou o tratamento com vitamina D a 4 meses e sua melhora esta sendo fantástica. Hoje ele esta com apoio apenas de uma bengala. Provavelmente daqui uns 3 meses não vai estar precisando dela mais. VITAMINA D é um milagre da medicina.
Boa noite!
ResponderExcluirSinto me dedo do pé como se estive cheio de formigas sobre ele,minha perna esquerda DOI muito,sinto queimação, como se estivesse esfaqueando minha panturrilha,não sinto desejo sexual como antes,por mais q eu durma,acordo muito no meio da noite para ir ao banheiro e acordo muito cansada,não consigo mais caminhar como antes e correr nem se fala.Isso pode ser sintomas?o q posso fazer?