Interessante notar que, no caso da inclusão escolar, muitos dizem que não é possível porque as escolas não estão preparadas, os professores não estão preparados e existem pais e pessoas com deficiência que não querem estudar em escolas comuns... Neste caso, a questão do direito é desconsiderada ou relegada...
A luta pelo livro acessível passa pelo mesmo viés: as editoras alegam que não estão preparadas... Mais uma vez, o direito é protelado...
De fato, as escolas e os professores não estão preparados e jamais estarão com os escolares com deficiência do lado de fora. A escola para todos é um direito inegociável.
Existem livros excelentes e péssimos livros. Mas, é preciso ler para saber o que presta e o que não presta. O direito de ler é sagrado e inegociável.
Quanto à audiodescrição, os argumentos não são muito diferentes e o direito vai pro ralo...
Dizem que muitos cegos não querem a audiodescrição. Muitos cegos resistiram ao computador e, depois, descobriram que não conseguem trabalhar sem ele. Muitos cegos não vão ao cinema porque o filme é inacessível. Não se trata de saber quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? É preciso assegurar e praticar a audiodescrição porque este direito é é inegociável com qualidade ou sem qualidade do produto. É a partir da garantia do direito que se constroem as soluções, as competências, os aprimoramentos, os novos conhecimentos e a cultura da audiodescrição ampla, geral e irrestrita.
A audiodescrição é uma inovação e as pessoas cegas só vão saber se a qualidade é boa ou sofrível se houver uma cultura de audiodescrição na TV, no cinema, no teatro, em espetáculos, na escola e em todos os espaços nos quais existam imagens visuais. Trata-se de um direito no campo da acessibilidade. Portanto, é para ser cumprido e não negociado.
Elizabet Sá
psicóloga e Educadora
http://blogdaaudiodescricao.blogspot.com/2009/11/direitos-inegociaveis-por-elizabet-sa.html
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