Forum paralelo foi no domingo, dia 17, e contou com representantes da ONU
Regina Atalla, presidente da Riadis; Dra. Linamara; o Secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas, de São Paulo; e ao fundo, à esquerda, de camisa branca e cavanhaque, Arnaud Peral, do PNUD/ONU
Só quem participa de um evento do porte e envergadura da Rio+20 é capaz de sentir e entender a importância e dimensão de um encontro dessa natureza. E se a essa natureza soma-se um espaço voltado especificamente para as questões das pessoas com deficiência, então é possível associar a essência do desenvolvimento sustentável à inclusão social e conceber um planeta de fato inclusivo.
O Fórum Paralelo "Promovendo o Desenvolvimento Inclusivo para um Futuro Sustentável" aconteceu no domingo, 17 de junho, no Rio de Janeiro e foi um largo passo no sentido de incluir a temática dos direitos da pessoa com deficiência na agenda de sustentabilidade nacional e internacional. Na Agenda da Rio+20, formada por centenas de temas voltados à sustentabilidade do planeta e desenvolvimento inclusivo este foi o único Fórum - proposto pelo Governo do Estado de São Paulo - a tratar exclusivamente sobre “deficiência e sustentabilidade”.
Participaram a Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo (SEDPcD), Dra. Linamara Rizzo Battistella; o Secretário Adjunto da SEDPcD, Marco Antonio Pellegrini; a presidente da Rede Latino Americana de Organizações Não-Governamentais de Pessoas com Deficiência e suas Famílias (RIADIS), Regina Atalla; a professora da UFRJ e consultora de Acessibilidade e Inclusão do O Comitê Nacional de Organização (CNO), Dra. Izabel Maior e o representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Arnaud Peral, do PNUD.
O CNO criou uma Coordenação de Acessibilidade e Inclusão, formada por servidores do Itamaraty e consultores especialistas na área, entre as quais a própria Izabel Maior, que convidou a arquiteta da UFRJ, Regina Cohen para compor sua equipe. O trabalho da equipe resultou em uma Rio+20 com arenas dispondo de recursos de acessibilidade em seus auditórios, tanto no Riocentro como no Parque dos Atletas, onde ocorreu o Fórum sobre Desenvolvimento Inclusivo; intervenções arquitetônicas; orientação acessível aos expositores e visitantes; material em braile; intérprete de Língua de Sinais - Brasileira e Internacional; além de voluntários capacitados e pontos de informação com tablets acessíveis. O recurso de audiodescrição oferecido na conferência foi em três idiomas: inglês, espanhol e português, inédito em evento deste porte.
“Houve garantia de espaços acessíveis, configurando-se na conferência mais acessível da história das Nações Unidas”, ressaltou Izabel Maior. Entre os voluntários com conhecimento de Libras e capacitados para orientar e auxiliar pessoas com deficiência, cerca de 50 têm algum tipo de deficiência, sendo 12 com deficiência intelectual.
“A Rio+20 não é uma conferência específica para os direitos das pessoas com deficiência, daí a importância que tem ao prover os recursos de acessibilidade e dar visibilidade à participação de todas as pessoas no debate do desenvolvimento sustentável, com seus pilares econômico, social e ambiental”, destacou Izabel.
A primeira vitória já se pode comemorar, traduzida na frase de Magnus Olafsson, diretor de logística das conferências da ONU: “A partir do projeto brasileiro de acessibilidade e de sua execução para a Rio+20, a ONU passará a adotar novos parâmetros de acessibilidade em suas conferências”.
“Vou levar à ONU a importância do tema ‘deficiência e desenvolvimento sustentável e inclusivo’”, destacou Arnaud Peral, do PNUD.
A Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Dra. Linamara Rizzo Battistella, entende a acessibilidade como fator primordial não só em eventos, mas na vida das pessoas com deficiência, que não representam uma “minoria” já que contam 1 bilhão no mundo. E por entender essa importância considera que a ONU faz história e estabelece um divisor de águas ao incluir as pessoas com deficiência na pauta da sustentabilidade e desenvolvimento inclusivo. “Porque direitos humanos são de todos os humanos, independente de cor, sexo, opção política ou idade, e a deficiência pode ser inerente a todas as pessoas, a qualquer tempo”, destaca.
O Fórum foi coordenado por Cid Torquato, da Coordenadoria de Relações Institucionais da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo e contou também com a presença do presidente do CEAPcD - Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa com Deficiência, Wanderley Marques de Assis, a deputada federal Mara Gabrilli; a professora Gilka Gattás, da Faculdade de Medicina da USP, o presidente do Conade, Moises Bauer; e o ex-deputado e atual Secretário de Estado do Meio Ambiente, Bruno Covas, entre outros. Finalizando o Fórum, os participantes reuniram-se no estande do Governo do Estado de São Paulo para celebrar “a conferência mais acessível de todos os tempos”, a Rio+20.
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