Acessibilidade ao lazer é um direito de todos. E a pedido do GLOBO-Tijuca, duas pessoas com deficiência* testaram uma trilha adaptada, que fica num dos cartões-postais mais famosos da cidade, a Floresta da Tijuca. Durante o desafio, a cadeirante Márcia Mury, economista, e a estudante e ex-siamesa Regina Garcia subiram a floresta com o objetivo de trilhar o Caminho Dom Pedro Augusto, surpreenderam-se e curtiram.
- É fundamental termos opções de lazer. Sempre que tento ir à praia, por exemplo, vira um tormento. Não há rampas de acesso. A trilha parece mesmo pensada para nós e é linda - diz Márcia.
Regina também aproveitou para desabafar sobre as dificuldades que encontra na infraestrutura da cidade.
- Não somos incluídos na rotina da maioria. Ando de ônibus, transito todos dias e percebo que estamos muito longe do conceito de democracia. Mas o jeito é seguir em frente - diz Regina.
Márcia perdeu os movimentos das pernas num acidente de carro em 1994. Ela lembra que, embora ainda sejam tímidas, as iniciativas de prezar pela inclusão social das pessoas com deficiência* são vistas como vitórias na luta pelo acesso adaptado.
- Como dizia Mário Quintana, "Deficiente é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições da sociedade". Cabe a nós não aceitarmos a condição do isolamento - diz ela.
Ambas concordam que, mesmo com os obstáculos do preconceito pelo caminho, é direito de todos transitar se necessário for.
- Ficar em casa não vai diminuir os problemas. Por isso, eu me esforço e mantenho vida social ativa. Todas as sextas vou num samba em Niterói - diz Regina, que, aos 3 anos, foi separada, por uma complicada cirurgia, da irmã siamesa, e precisou crescer sem uma perna.
Velocidade sobre rodas adaptadas
A trilha adaptada da Floresta da Tijuca foi testada e aprovada pela dupla, que descobriu que o espaço tem ótimo terreno para rolar a cadeira. Conta com cabo guia para deficientes visuais, placas em braile com os nomes das árvores, relevo em pedras para as pessoas com deficiência* saberem onde estão as plantas indicadas e a possibilidade de levar um cão guia. Depois da aventura, a diversão correu solta no Point Kart in Dor, no estacionamento do Extra Maracanã.
Regina e Márcia pilotaram por 20 minutos, cada uma, o carro adaptado para pessoas com deficiência*. Segundo Ivson Marques, dono do espaço, o veículo é o único disponível no Brasil que oferece a bateria de voltas por R$ 45.
- Estou com a adrenalina a mil por hora. Foi muito bom poder dominar a máquina, fazer curvas. Eu me senti livre em trocar a cadeira de rodas pelo carro de kart - diz Márcia.
Marques diz que a adaptação do aparelho sai a R$ 10 mil. Mesmo não tendo retorno financeiro esperado, ele acredita que o investimento é fundamental:
- Há três anos desenvolvi o kart, pensando num cliente cadeirante que vinha ver as corridas sem poder participar. Acredito que simples atitudes mudam vidas. Essa mudou a minha - diz ele.
A trilha adaptada pode ser visitada diariamente, das 8h às 17h. Há visitas guiadas. O telefone é 2492-2252. Já o kart (2268-586) funciona de terça-feira a domingo, a partir das 15h.
- É fundamental termos opções de lazer. Sempre que tento ir à praia, por exemplo, vira um tormento. Não há rampas de acesso. A trilha parece mesmo pensada para nós e é linda - diz Márcia.
Regina também aproveitou para desabafar sobre as dificuldades que encontra na infraestrutura da cidade.
- Não somos incluídos na rotina da maioria. Ando de ônibus, transito todos dias e percebo que estamos muito longe do conceito de democracia. Mas o jeito é seguir em frente - diz Regina.
Márcia perdeu os movimentos das pernas num acidente de carro em 1994. Ela lembra que, embora ainda sejam tímidas, as iniciativas de prezar pela inclusão social das pessoas com deficiência* são vistas como vitórias na luta pelo acesso adaptado.
- Como dizia Mário Quintana, "Deficiente é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições da sociedade". Cabe a nós não aceitarmos a condição do isolamento - diz ela.
Ambas concordam que, mesmo com os obstáculos do preconceito pelo caminho, é direito de todos transitar se necessário for.
- Ficar em casa não vai diminuir os problemas. Por isso, eu me esforço e mantenho vida social ativa. Todas as sextas vou num samba em Niterói - diz Regina, que, aos 3 anos, foi separada, por uma complicada cirurgia, da irmã siamesa, e precisou crescer sem uma perna.
Velocidade sobre rodas adaptadas
A trilha adaptada da Floresta da Tijuca foi testada e aprovada pela dupla, que descobriu que o espaço tem ótimo terreno para rolar a cadeira. Conta com cabo guia para deficientes visuais, placas em braile com os nomes das árvores, relevo em pedras para as pessoas com deficiência* saberem onde estão as plantas indicadas e a possibilidade de levar um cão guia. Depois da aventura, a diversão correu solta no Point Kart in Dor, no estacionamento do Extra Maracanã.
Regina e Márcia pilotaram por 20 minutos, cada uma, o carro adaptado para pessoas com deficiência*. Segundo Ivson Marques, dono do espaço, o veículo é o único disponível no Brasil que oferece a bateria de voltas por R$ 45.
- Estou com a adrenalina a mil por hora. Foi muito bom poder dominar a máquina, fazer curvas. Eu me senti livre em trocar a cadeira de rodas pelo carro de kart - diz Márcia.
Marques diz que a adaptação do aparelho sai a R$ 10 mil. Mesmo não tendo retorno financeiro esperado, ele acredita que o investimento é fundamental:
- Há três anos desenvolvi o kart, pensando num cliente cadeirante que vinha ver as corridas sem poder participar. Acredito que simples atitudes mudam vidas. Essa mudou a minha - diz ele.
A trilha adaptada pode ser visitada diariamente, das 8h às 17h. Há visitas guiadas. O telefone é 2492-2252. Já o kart (2268-586) funciona de terça-feira a domingo, a partir das 15h.
* - GRIFO NOSSO: o asterisco indica a substituição dos termos "deficientes" e "portadoras(es) de necessidades especiais pelo termo hoje correto PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
FONTE: Agência Globo
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