segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Pesquisa: 84% das pessoas com deficiência ocupam cargos operacionais

13 de outubro de 2011 •
Marina Pita
São Paulo



Uma pesquisa realizada pela empresa especializada em inclusão de pessoas com deficiência i.Social, com 800 pessoas, mostrou que 84% destes profissionais ocupam posições operacionais. As profissões predominantes são assistente administrativo e telefonista. "São cargos de entrada, pouco atrativos, com baixo grau de responsabilidade e tomada de decisão", aponta o diretor da i.Social, Danilo Al Makul.
De acordo com Makul, este é um dos principais problemas da política pública de inclusão das pessoas com deficiência. Ao atentar demais para os números, as condições profissionais ficam em segundo plano. Para o especialista, o debate sobre a qualidade da inclusão ainda é muito tímido e este é um dos principais fatores que impedem um crescimento mais vigoroso do mercado de trabalho para pessoas com deficiência.
"Frequentemente ouvimos relatos de pessoas com deficiência qualificadas que não conseguem encontrar oportunidades compatíveis com o seu perfil, bem como pessoas que dizem não possuir possibilidades de crescer e prosperar dentro das organizações", aponta. A afirmação de muitas empresas de que não há mão de obra qualificada para as vagas disponíveis também ganha outra perspectiva diante dos resultados da pesquisa do i.Social.
O público pesquisado apresenta um grau de qualificação considerado elevado. A maior parcela das pessoas (35,4%) declarou que possui ensino médio completo. Porém 61,5% possuem grau de qualificação a partir de ensino superior incompleto chegando até pós-graduação concluída. Apenas 3,2% declararam possuir ensino fundamental incompleto ou completo. "Os dados deste gráfico auxiliam na derrubada de um dos maiores mitos difundido por aqueles que trabalham na contramão da inclusão: as pessoas com deficiência não são qualificadas", aponta Makul.
Para ele, grande parte da população com deficiência é pouco qualificada, assim como a grande parte da população brasileira. Entretanto, a afirmação anterior generaliza o grupo de pessoas com deficiência, incluindo-os em uma única categoria, a dos não qualificados.

FONTE: Portal TERRA NA DIVERSIDADE

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