"Tenho deficiência visual total desde os 2 anos de idade. Não tenho globos oculares e uso próteses. Ingressei na Accenture em 1998. Era analista sênior, responsável pelo comércio exterior de uma indústria de alimentos quando a área de TI dessa empresa foi absorvida pela consultoria, num processo de outsourcing. Não fui contratado por causa da Lei das Cotas, mas vim para Accenture com outros 200 funcionários da indústria de alimentos. Aqui, também comecei como analista sênior e, ao longo da minha carreira, fui alocado em diferentes projetos. Já comandei equipes de duas a dez pessoas. Um dos projetos que liderei foi bem interessante porque era completamente visual. Tínhamos mapas e um sistema que traçava rotas para entregas de pedidos. Nessa hora, o deficiente visual aprende o que eu chamo de voar por instrumentos. Eu não posso enxergar a tela do computador, mas posso atuar como um chefe a distância. Cobro resultados e questiono os profissionais sobre como chegaram a eles — é só fazer as perguntas certas. Há três anos participei da criação do Programa de Diversidade Accenture, ajudando a orientar a companhia em relação às necessidades de infraestrutura e tecnologia específicas dos deficientes visuais e em como capacitá-los, além de auxiliar nas licitações para a compra de softwares de voz. Fui, até mesmo, convidado a integrar a equipe do programa, mas preferi continuar tocando meus projetos como consultor.”
Sérgio Faria, 45 anos, é graduado em Administração de Empresas e atua como consultor na Accenture
FONTE: Revista VOCÊ S/A
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