O cineasta Silvio Tendler, 61,
que está "tecnicamente tetraplégico" desde dezembro, com movimentos reduzidos e
usando cadeira de rodas, engrossou o coro das pessoas com deficiência ou
mobilidade reduzida que reclamam dos atendimentos em aeroportos.
Após um problema na medula,
Tendler, que é professor na PUC do Rio, tem precisado de atendimento especial
para viajar.
Ele conta que, no início de
setembro, foi desrespeitado por um comandante da Webjet ao reclamar sobre a
ausência de condições seguras para desembargar no Santos Dumont.
"Não havia finger [ponte de
embarque] nem ambulifit [carro adaptado com elevador]. Queriam que eu descesse
em uma cadeirinha incômoda e sem segurança", diz.
"O comandante chegou a dizer que
eu deveria ter sido proibido de embarcar, pois alguém que não pode fugir de um
avião pegando fogo não poderia viajar."
TRANSTORNO
Por meio de nota, a Webjet disse
lamentar os transtornos e afirmou que "disponibilizou cadeira eletromecânica
para o desembarque, e a tripulação, cumprindo normas de segurança, esteve
presente a bordo até o desembarque do último cliente".
"Virei um saco de batatas,
dependente de três enfermeiros e enfrentando a realidade trágica dos cadeirantes
do Brasil", relatou Tendler.
Ele não protocolou queixa na
Anac."Divulgo isso como uma revolta ao tratamento aos cadeirantes nos
aeroportos", disse.
"Devo fazer um filme, bem alto
astral, mas que retrate a vida dos milhares de cadeirantes no país, que agora é
a minha vida."
FONTE: FOLHA
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