DA REPORTAGEM LOCAL
"Em minha equipe, tenho quatro pessoas e meia [porque uma tem nanismo]." O comentário, ouvido por Carolina Ignarra, da Talento Incluir, veio de um gestor e revela o preconceito existente no mercado.
Essa não é a única barreira para deficientes. A falta de informação é outro fator que barra profissionais qualificados.
"As empresas dizem que não comportam cachorro, mas o cão-guia vai até no metrô lotado", exemplifica Ignarra.
Há quem diga, por exemplo, que deficientes visuais não podem cuidar de contratos.
É justamente essa a função de um dos advogados do escritório TozziniFreire, que é cego.
"Ele usa um scanner que transforma o documento em imagem -e o computador "lê" o documento para ele", explica Claudia Meirelles, diretora de desenvolvimento humano e organizacional do escritório.
"Quanto mais tecnologia um deficiente tiver disponível, mais funções poderá exercer", assinala Marcelo Vitoriano, gerente de inclusão e capacitação profissional da Avape (Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência).
A assistente de logística Denise Mesquita, 31, só enxerga vultos com o olho esquerdo e tem 20% da visão do direito. Usa lupa eletrônica, que aumenta fontes do computador.
Vitoriano diz que as empresas temem investir. Mas, muitas vezes, a adaptação não demanda um centavo. "Uma pessoa sem braços e que digita com os pés só precisa que o teclado seja colocado no chão", afirma Adriano Bandini, da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida.
FONTE: Folha de São Paulo
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