Nos últimos 2 anos vem diminuindo a presença de trabalhadores com deficiência nas empresas brasileiras. Enquanto cresceu 9,6% o percentual de trabalhadores formais, ocorreu um decréscimo de 17,3% nos postos ocupados pelo segmento.
A comprovação desta situação veio a público na semana passada com a divulgação dos dados da RAIS – 2009 (Relação Anual de Informações Sociais) pelo Ministério do Trabalho.
O ministério informou que do total de 41.207.546 de vínculos trabalhistas ativos, registrados em 31 de dezembro de 2009, as pessoas declaradas com deficiência eram 288.593 (0,7 % do total) sendo que destas, as com deficiência física representa 45,68%, auditiva 22,74%, visual 4,99%, mental 4,55%, múltipla 1,21% e reabilitados 11,84%.
Ano | Trabalhadores formais | Trabalhadores com deficiência | Porcentagem |
2007 | 37.607.430 | 348.818 | 0,93% do total |
2008 | 39.441.566 | 323.210 | 0,82% do total |
2009 | 39.441.566 | 288.593 | 0,70% do total |
Crescimento 9,6% Queda de 17,3%
Vale a pena relembrar que o IBGE aponta que as pessoas com deficiência representam 14,5% da sociedade ao passo que o Ministério do Trabalho está confirmando que apenas 0,7% dos postos de trabalho formais estão sendo ocupados por trabalhadores com deficiência.
Ao anunciar pela primeira vez o estudo de RAIS sobre as pessoas com deficiência, em outubro de 2008, o Ministro do Trabalho, Carlos Lupi foi enfático ao afirmar que: “A RAIS é a radiografia real do país, porque os dados são fornecidos por todos os estabelecimentos do Brasil.”.
Agora o ministério não toca no assunto, mas dá para perceber que a “radiografia” identificou uma doença grave chamada preconceito cultural, que dificulta as contratações até mesmo no cumprimento da Lei de Cotas que completou 19 anos no mês passado. A Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência está sendo desrespeitada na área do trabalho, com danos irreparáveis no Direito ao Trabalho destas pessoas.
O que será que dirão diante desses números todos aqueles que gostam de anunciar por aí que estão fazendo inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho? Depois ninguém poderá dizer que estarão erradas aquelas pessoas que decidirem se reunir e formar uma cooperativa de trabalho só de "deficientes"
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